TECNOLOGIAS NAS AULAS DE LÍNGUA MATERNA


ESTE É UM ESPAÇO PARA REFLETIRMOS SOBRE NOVOS CAMINHOS PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

NOVAS FORMAS DE SABER


As tecnologias de comunicação, mesmo as mais avançadas, não são capazes de construir por si próprias novas formas de saber e de inteligência. Isso porque, seu impacto sobre as existências individuais e coletivas depende diretamente da habilidade das pessoas que as utilizam. A afirmação é do filósofo francês Pierre Lévy, celebrado como um dos pensadores de ponta da cibercultura.

VOCÊ CONCORDA COM ESSA AFIRMAÇÃO? DEIXE SUA OPINIÃO.

sábado, 17 de setembro de 2011

Entre o simples e o complexo: tecnologia e educação no ensino básico

Artigo
Por Tel Amiel
10/09/2011
A relação entre tecnologia e educação básica é permeada de grandes projetos e grandes decepções. Em nenhuma outra área da educação, passamos da euforia ao desapontamento em tão pouco tempo. Basta que uma reportagem ou programa de governo aponte os potenciais transformadores de um novo dispositivo, para que em alguns poucos anos, novas investigações solicitem prudência e cautela. É um ciclo que se repete há décadas. Desde a década de 1990, acompanhamos a promoção da criação de laboratórios de computadores em escolas públicas. Desde então, colecionamos histórias que relatam que os equipamentos chegam ao seu destino, mas ficam meses em suas caixas, por falta de infraestrutura, falta de apoio técnico, entraves políticos, entre outros fatores. A pergunta que fica, então, é: por que investimos tantos recursos orçamentários em grandes projetos de integração de tecnologia na educação básica se temos alcançado tão poucos resultados sistemáticos? As razões são várias 1, mas ressalto aqui três elementos, a partir da experiência brasileira. (...)
Primeiro, a integração de tecnologias na educação está emaranhada em um discurso que destaca o papel da educação como motor do desenvolvimento econômico. Apesar dos méritos inerentes à oferta de uma educação de qualidade para todos, não se pode ignorar que o desenvolvimento econômico depende de uma série de outros fatores (Cuban, 2004). A consequência de um discurso focado na escola é que esta adquire cada vez mais responsabilidades que vão muito além do que sua estrutura e equipe podem fazer com eficácia e coesão. O ciclo é pernicioso. A escola recebe recursos atrelados a demandas crescentes e quando, em curto espaço de tempo, não corresponde às novas expectativas, é considerada falha e faltante. Isolar a educação como um fator preponderante para melhoria econômica é ignorar as múltiplas barreiras à ascensão social, as incongruências da meritocracia que supervaloriza diplomas e credenciais, além da crescente competitividade na sociedade (Husen, 1986). Não surpreende, portanto, que pais cada vez mais busquem cursos de informática para seus filhos desde o ensino infantil, com vistas a um diferencial para o futuro mercado de trabalho. Essas incongruências nascem quando relacionamos o desenvolvimento econômico à educação, sem nos perguntarmos qual educação e qual desenvolvimento queremos. É nesse vácuo que se inserem os projetos de tecnologias educacionais que prometem preparar os alunos para o mercado de trabalho e promovem a ascensão social através de competências instrumentais com a tecnologia.
Segundo, é importante lembrar que a perspectiva de transformação da educação por meio da tecnologia acompanha o nascimento da escola pública (Cuban, 1986). Caminha junto com a ideia de que a escola precisa espelhar a sociedade e a “realidade dos alunos” que, em geral, é pouco compreendida por quem faz as políticas e promove (ou desenvolve) os dispositivos. Tecnologias sempre trouxeram a promessa de inovações educacionais; porém, organizações complexas, como escolas, tendem a incorporá-las de maneira a não modificar substancialmente seu modo de trabalho (Papert, 1997). Quando chegam às escolas, os recursos tecnológicos tendem a ser absorvidos e utilizados de maneira complementar ou suplementar às práticas já existentes. A reflexão de um educador nos anos 1950 já apresenta esse dilema: 
“Projetores, televisores, fonógrafos e gravadores estão encontrando seu espaço em escolas e colégios americanos. Recursos audiovisuais podem suplementar ou suplantar palestras, demonstrações, e livros didáticos. Ao fazê-lo, eles podem servir para uma função exercida pelo professor: eles apresentam material ao aluno, e quando obtêm sucesso, o fazem com tanta clareza e de maneira tão interessante que os alunos aprendem. Há uma outra função para a qual eles contribuem pouco ou nada. Isso pode ser melhor evidenciado na troca que acontece entre professores e alunos em pequenos grupos ou tutoria. Muito dessa troca já foi sacrificada na educação americana para que se possa ensinar grupos numerosos de alunos. Há grande perigo de que essa troca seja completamente obscurecida se a prática de usar equipamento feito simplesmente para apresentar material se difundir. O aluno se torna cada vez mais um passivo receptor de instrução”, diz Skinner (1958, p. 969).
As transformações didáticas e melhorias de aprendizado que esperamos em sala de aula são dependentes das reformas que acontecem não só dentro da sala de aula, mas também das práticas regionais e nacionais. O sucesso da implementação de um laboratório de computadores em uma escola é tanto consequência das atitudes de um professor quanto da gestão que organiza o seu uso, e da política de Estado que determina seu financiamento e sustentabilidade. Ignorar esses fatores ou tomá-los como unidades isoladas e esperar resultados sofisticados nas práticas educacionais no prazo de alguns poucos anos é, no mínimo, ingênuo.
Terceiro, há um discurso que promove a necessidade de incluir sempre “novas” tecnologias na educação, partindo da perspectiva da exclusão social, digital, ou tecnológica. Prover acesso à internet atingiu o discurso da universalidade, levando em conta a importância da participação ativa do cidadão através dos canais digitais. É importante, no entanto, desvincular o acesso à internet como ferramenta de inclusão social ao seu necessário papel no processo de ensino e aprendizagem. No passado, tomando o caso dos Estados Unidos, discussões sobre equidade de acesso foram feitas para promover o acesso às calculadoras e à televisão a cabo nas escolas – grandes promessas para melhoria de aprendizado que trouxeram poucos resultados (Light, 2001). A tendência é que a escola esteja sempre em defasagem com relação às tecnologias disponíveis para uso pessoal, e isso não é necessariamente ruim (Amiel, 2006). O debate sobre a inclusão digital por meio da escola ainda preza a equidade de acesso e não a qualidade das atividades. É talvez por causa dessa assimetria entre os objetivos de prover acesso às novas tecnologias em detrimento da qualidade da experiência que não temos o mesmo afinco em promover o cinema 2 na educação e pouco se divulga sobre o seu impacto no aprendizado, apesar de seu enorme potencial educativo.
A inclusão de novas tecnologias na educação continua a seguir a máxima – já desgastada – da tecnologia instrumental que aqui categorizei como simples. É uma preocupação com o instrumento em detrimento do processo e dos fins a serem atingidos. Raramente vemos propostas de projetos que não explicitem claramente o dispositivo a ser utilizado, mesmo que, em princípio, uma gama de dispositivos possa ser utilizada para atingir um mesmo objetivo educacional. Para quem não sabe o que quer, qualquer dispositivo é viável. E para quem tudo quer, não há dispositivo que resolva. A exclusão digital não acontece por limitações de habilidades instrumentais que dependem de um só dispositivo. Aprender a usar o celular pode ser útil, mas é somente um objetivo inicial para quem está envolvido na educação. A tecnologia educacional deve ter como foco o desenvolvimento de uma fluência com o sistema tecnológico em si. Isso significa fazer uso e apreciar o desenvolvimento da digitalização, mídias, conectividade, entre outros temas, com clareza de propósitos e implicações. Ou seja, lucidez sobre toda a complexidade do sistema que o dispositivo carrega e acarreta. É certo que a tecnologia educacional não depende de um dispositivo específico para atingir os seus objetivos. 
Não se pode negar que casos de sucesso existem. São vários os professores e escolas que fazem uso produtivo e criativo de tecnologias educacionais no âmbito de um projeto educativo condizente. Talvez os caminhos entre nossas expectativas e o que efetivamente acontece através do desenvolvimento tecnológico nunca se encontrem (Rescher, 1980). Mas podemos fazer com que essas linhas se aproximem, diminuindo nossas expectativas e reconhecendo que, seguindo a lógica dos projetos de larga escala já implementados no Brasil, devemos suspeitar de qualquer promessa de transformação de sistemas educacionais através da implementação de novas tecnologias.

fonte: http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=70&id=876


REFLEXÃO: A tranformação da educação através da tecnologia somente acontecerá se as práticas de sala de aula forem modificadas. O que adianta termos a tecnologia disponível, se o professor não estiver preparado para incorporá-la efetivamente em sua prática?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Uma Lição Digital !!

 Do computador à lousa digital, pesquisas inéditas mostram quando e como a tecnologia realmente funciona na escola:

Poucos segundos depois de bater o sinal que anunciava o início da aula de ciências, os alunos do 6º ano começaram a entrar na classe da professora Leika Procopiak, cada um carregando seu próprio laptop, trazido de casa. Ao se acomodar nas mesas, nenhum deles tirou da mochila um caderno ou um livro. Abriram seus computadores, conectaram-se à internet (sem fio e de alta velocidade) e estavam prontos para aprender a lição do dia: fotossíntese. “Cada dupla decide quais das atividades fará hoje”, disse ela, no início da aula.
Sem usar a lousa e movimentando-se pela sala, Leika passou os 80 minutos seguintes orientando pesquisas em bancos internacionais de dados on-line sobre fontes de energia. Ajudou a fazer simulações gráficas de como variações da luz e da temperatura podem afetar o resultado da fotossíntese. Corrigiu exercícios propostos a partir de vídeos a que os alunos assistiram em sites especializados na web. Depois, cada dupla de alunos produziu um relatório, compartilhado com os colegas e com a professora pelo serviço de arquivos on-line Google Docs. O sinal marcando o fim da aula bateu e nenhum caderno saíra das mochilas.
Essa aula aconteceu na Graded School, uma das melhores escolas de São Paulo. É o tipo de atividade com que sonham pais deslumbrados com a parafernália tecnológica que atualmente é alardeada por colégios particulares. Escolas que muitas vezes cobram mensalidades mais altas por isso. Há mais de 25 anos tenta-se comprovar a eficácia do uso da tecnologia no ensino. Mas depois de tanto tempo, e de tanto marketing, ainda resta a pergunta: usar tecnologia para ensinar faz os alunos aprender mais?
A resposta é sim. Dois estudos inéditos demonstram como a tecnologia ajudou a melhorar as notas de alunos da rede pública. A Fundação Carlos Chagas (FCC) acaba de concluir uma avaliação dos alunos de todas as escolas públicas do município de José de Freitas, no interior do Piauí, que desde o início de 2009 estudam com o apoio de lousas interativas, laptops individuais e softwares educativos. De acordo com o estudo, esses alunos melhoraram sua média de matemática em 8,3 pontos, enquanto os que não usaram a tecnologia avançaram apenas 0,2 ponto. O segundo estudo, da Unesco, braço das Nações Unidas para a educação, avaliou o desempenho de alunos de escolas públicas de Hortolândia, em São Paulo, que usaram salas de aula com lousa digital e um computador por aluno. O avanço foi de duas a sete vezes em relação aos colegas em salas de aula comuns.

REFLEXÃO: Será que adianta trocar o caderno por notebook ou tablet sem ter estratégias e conteúdo para usá-los ?????


sábado, 27 de agosto de 2011

O ENSINO NUMA NOVA ERA

A educação vem passando por profundas mudanças, reflexo de uma nova sociedade que está se constituindo numa nova era digital, virtual e interconectada. Ou seria a educação o caminho fundamental para transformar a sociedade??
A escola precisa estar preparada para formar cidadãos conscientes e competentes para essa sociedade. Mas como? Como ensinar e aprender ? Como as tecnologias contribuem para o aprendizado?
Veja a opinião de José Manuel Moran sobre essa questão

            
“Como em outras épocas, há uma expectativa de que as novas tecnologias nos trarão soluções rápidas para o ensino. Sem dúvida as tecnologias nos permitem ampliar o conceito de aula, de espaço e tempo, de comunicação audiovisual, e estabelecer pontes novas entre o presencial e o virtual, entre o estarmos juntos e o estarmos conectados a distância. Mas, se ensinar dependesse só de tecnologias, já teríamos achado as melhores soluções há muito tempo. Elas são importantes, mas não resolvem as questões de fundo. Ensinar e aprender  são os maiores desafios que enfrentamos em todas as épocas e particularmente agora em que estamos pressionados pela transição do modelo de gestão industrial para o da  informação e do conhecimento.” (MORAN, 20O0)
O professor, no papel de mediador e facilitador de uma aprendizagem significativa, precisa se capacitar para essa nova era da Educação na qual o aluno também desempenha um papel importante na sua formação e na construção do conhecimento.  
COMO SERIA UMA FORMA INOVADORA DE ENSINAR INTEGRANDO AS TECNOLOGIAS???
Esse será o assunto da nossa próxima reflexão.
Abraços,